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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O mar é o nosso Túlulo


Título Original: Run Silent Run Deep
Ano: 1958 | P&B
País: Estados Unidos
Duração: 93 min
Direção: Robert Wise
Trailer: Assistir

Sinopse: Rich Richardson (Clark Gable) é um determinado e destemido oficial da Marinha com um único propósito em mente encontrar e destruir o destróier japonês que ele acredita ter afundado seu antigo navio. Quando recebe um novo comando, Richardson treina seus homens impiedosamente para a batalha que deseja enfrentar. Quando finalmente recebe informações sobre a posição do destróier, Richardson desobedece às ordens e enfrenta seu inimigo, sem se dar conta que um inimigo muito mais poderoso está à espreita... apenas esperando por ele. Co-estrelando Burt Lancaster como o oficial assistente de Gable, este suspense sobre a 2ª Guerra Mundial estabeleceu um novo padrão para os filmes sobre submarinos.

Elenco: Burt Lancaster, Clark Gable, Brad Dexter, Jack Warden, Rudy Bond, Mary LaRoche, Don Rickles, Nick Cravat, Joe Maross, Eddie Foy III.


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Links Atualizados 19/03/2014

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Artigo análise Histórica do filme Tempos Modernos por Laércio Tadeu - UNIUBE.

Resumo:

Através de uma análise no filme Tempos Modernos, considerando seu carater de documento Histórico, estabelecemos a importância da relação do cinema com a história, analisando elementos do filme que dialogam com a realidade, como no caso será abordado a necessidade de Carlitos, o virutoso vagabundo, procurar seu sustento na esteira de uma fábrica, fruto do processo fordista de racionalização de produção, de uma conjuntura entre guerras, agravada pela quebra da bolsa em 29 e o crescimento da fome e da exclusão, antes da 2ª guerra mundial. 

UNIVERSIDADE DE UBERABA – UNIUBE
CURSO DE HISTÓRIA – POLO BHTE – Floresta
Laércio Tadeu Ferreira Silva – TURMA 11













Cine História: De vagabundo à operário.









Belo Horizonte, 12 de Janeiro de 2015.
UNIVERSIDADE DE UBERABA – UNIUBE
CURSO DE HISTÓRIA – POLO BHTE – Floresta
Laércio Tadeu Ferreira Silva – TURMA 11












Cine História: Carlitos, de vagabundo à operário.
Esta pesquisa busca compreender à expansão do fordismo como resposta à crise de 29 e seu impacto social, através da análise do filme Tempos Modernos
Trabalho de pesquisa apresentado ao PIAC\Uniube, endereçada ao Departamento de História, do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Uberaba.




Belo Horizonte, 12 de Janeiro de 2015.


SÚMÁRIO

INTRODUÇÃO                                                                                   3

METODOLOGIA                                                                              4

DESENVOLVIMENTO                                                                     5

CONCLUSÃO                                                                                     8

RESUMO                                                                              8

REFERÊNCIAS                                                                                    9











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INTRODUÇÃO
                O presente trabalho se propõe a ressaltar e defender o uso do cinema como documento histórico, tornando-se fonte de pesquisa e ensino de História. Buscando uma referêncial teórica, amparo-me nos estudos propostos no movimento dos Annales, principalmente pelos idos dos anos 70. Antes dos Annales, a visão sobre o cinema era reducionista, pois entendia que o filme era uma trivial forma de entretenimento. Claro que essa visão, há muito caiu por terra, pois o historiador é convidado a ampliar seu olhar, num processo em que ele é instigado a caçar informações para seu objeto de pesquisa, através de diversos meios de produção humana em dada época.

                Em meio a esse leque de possibilidades de buscar fontes históricas, cria-se a relação entre História e cinema. Essa relação tratará o filme como documento, podendo este documento estabelecer paralelos que nos elucidem sob uma dada sociedade em determinado tempo. Assim propomos como modelo de pesquisa uma determinada obra de arte do cinema, com uma análise histórica. Assim, a presente abordagem permitirá uma compreensão da valiosa obra Tempos Modernos de Charles Chaplin, produzida no contexto que cerca o ano de 1936, entre guerras, onde se caracteriza pela crítica à linha de produção Fordista, como a transformação norte-americana após o crash da bolsa de 29, levou o poético vagabundo a esteira.













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METODOLOGIA
A relação entre Cinema e História é enriquecedora para o ensino. Esse universo permite ao aluno a realização de várias pesquisas, com temas diversificados, e essa proposta deve ser estimulada pelo educador de História, como recurso didático de seu planejamento. Para mostrar como essa relação estimula a pesquisa, proponho uma análise histórica sobre o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, como uma crítica social, que leva para a esteira fordista o poético vagabundo, buscando sobreviver aos tempos de crise, de crash da bolsa, de desemprego e de fome, caracterizando bem o tempo de sua produção, o ano de 1936, como o período de consolidação do capitalismo e sua relação de exploração da classe operária.
Para inicio da análise fez-se necessário a utilização do recurso audiovisual para a compreensão da ideologia do filme. Após degustá-lo, buscarei embasamento teórico amparado em uma bibliografia composta por diversos gêneros que abordem a História, o Cinema e a conjuntura do período entre guerras. Nessa análise buscarei elementos que elucidem o que foi o Fordismo nos anos trinta, e sua importância no desenvolvimento do capitalismo norte-americano.
Por fim, procuro estimular e incentivar professores e alunos a trabalharem com filmes como documentos históricos, determinando acertos e erros de nossa leitura sobre a obra escolhida, e também, elegendo outras obras à análise, pois essa pesquisa não se considera conclusiva, pois entende que é apenas uma contribuição para a pesquisa histórica no universo da sétima arte, seara farta para os interessados. O projeto só se completa ao afirmar o cinema é fundamental como fonte para o ensino e pesquisa de História, sendo trabalhado sob uma ótica crítica capaz de entender seu meio de produção. Utilização de conceito de indústria, à partir de Souza (2005):
No dia a dia da economia industrial, a palavra indústria está caracterizada por diversos significados, desde uma empresa de pequeno porte, até uma fábrica de qualquer tamanho de um parque industrial,  que trabalhe com atividade de transformação que usem maquinarias que tenha como objetivo criar um terceiro produto, [ ...] O conceito real de indústria passa pel tipo de mercado, como por exemplo, a competição perfeita que contempla um grande número de vendedores/produtores, com produto homogêneo, livre entrada e saída, e conhecimento pleno de tudo sobre a mercadoria, isto significa dizer, preço, qualidade, distância, moda,etc.
Também se faz necessário a utilização do conceito de cinema que se dá a partir do dicionário de Kinghost (2006):
s.m. (forma reduzida de cinematógrafo)/ Arte de compor e realizar filmes para serem projetados. / Sala de espetáculos onde se veem projeções cinematográficas. / P.ext. A Própria projeção cinematográfica. – O cinema foi criado pelos irmãos Lumière em 1895; tornou-se sonoro em 1927, depois falado. Após múltiplas tentativas, beneficiou-se com a cor.
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DESENVOLVIMENTO

                Há algum tempo, especificamente em 1929, Marc Bloch e Lucien Febvre, fundadores dos Annales, impeliram os historiadores a saírem de seus gabinetes para “farejar a carne humana”, em qualquer lugar onde pudesse ser encontrada, através de quaisquer meios. A metáfora acima serve para representar a inovação trazida pelo movimento dos Annales, incorporando como objetos e sujeitos do historiador não apenas os grandes fatos e personagens políticos, mas também os costumes e as mentalidades de cada período.
À partir de então, tanto a noção de documento quanto a de texto ampliaram-se. Os diversos vestígios do passado tornam-se matérias para o historiador. Por conseguinte, novos textos (os documentos oficiais perdem seu exclusivismo), tais como a pintura, a fotografia e o cinema foram incluídos no repertório de fontes de pesquisas, tendo suas obras valores como documento histórico.
É nesse contexto de assimilação de novos objetos e de novos métodos, que destacamos a figura der Marc Ferro, pioneiro na incorporação do cinema como fonte para a compreensão das mentalidades dos sujeitos da História. Segundo Ferro, é preciso “analisar no filme, tanto a narrativa quanto o cenário, a escritura, as relações do filme com aquilo que não é filme: o autor, a produção, o público, a crítica, o regime de governo. Só assim se pode chegar a compreensão não apenas da obra, mas também da realidade que ela representa”.  (pg 87, 1992).
Enfocando, portanto, o cinema, e , dentro do latíssimo âmbito cinematográfico, o filme “Tempos Modernos” (1936), de Charles Chaplin, tentaremos estabelecer as conexões dessa relação entre Cinema e História, quais podem ser percebidas em paralelo com as sociedades norte-americanas antes e depois da crise de 29, que excluíam o personagem de Chaplin, quando fazia o Vagabundo ele é socialmente incorporado como operário, porém continua numa situação de exploração e de privações.
O modelo fordista , é utilizado para caracterizar os sistemas de produção e gestão inaugurados por Henry Ford, em sua fábrica, a Ford Motor Co., em 1913. O processo de produção fordista é fundamentado na linha de montagem acoplada à esteira rolante, que evita o deslocamento dos trabalhadores e mantém um fluxo contínuo e progressivo das peças e partes, permitindo a reprodução dos tempos mortos. É, portanto, uma forma de racionalização da produção, característica capitalista, tendo como base inovações técnicas e organizacionais que se articulam objetivando produção e consumo em demasia.
Segundo René Rémond, “O automóvel foi, sem dúvida, o ícone mais expressivo dessa era de tecnologia e facilidades. Para saciar a sede de milhões de consumidores, as linhas de montagem da Ford triplicaram a frota de automóveis na década de vinte.” (p.16, 1996)

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A economia americana adquiriu uma configuração espacial nesses anos pós-primeira guerra mundial e, de certa forma, modelou todo o desenvolvimento posterior das chamadas sociedades capitalistas, devido o aumento dos salários reais resultante dos ganhos de produtividade ou deliberadamente elevados pelos empresários para dinamizar o mercadodo, como assim fez Henry Ford.
O filme Tempos Modernos expressa uma das maiores críticas da História do cinema, tendo como tema central a sociedade industrial capitalista, com foco na reprimida classe trabalhadora.
O fordismo de Tempos Modernos é apresentado como inovação técnica e organizacional da produção e do processo de trabalho, baseando-se no trabalho fragmentado e simplificado, com ciclos operacionais curtos, requisitando pouco tempo para formação e treinamento dos trabalhadores. O grande Carlitos, (Clássico personagem de Chaplin) atua em cenas realizadas supostamente em uma fábrica. A fábrica representa a nova lógica social, a produção em série logo inauguraria a sociedade de consumo, das massas. O tempo é orquestrado pelas maquinas, pelo ritmo das esteiras e das engrenagens. Chaplin impõe duras críticas as atividades fabris, repetitivas e monótonas, que, como consequência, faz com que o trabalhador tenha uma qualificação especializada, processada, onde se aliena e perde a idéia de todo, até que, finalmente, é absorvido pela máquina/sistema.
O trabalho abstrato, sem conteúdo, é o objeto de repúdio do personagem Carlitos, que se insurge, de forma inconsciente, através de um surto (fatalmente ocasionado pela opressão vivida no labor diário), contra a modernidade capitalista. Se, primeiro, a transgressão aparece como surto nervoso, no decorrer do filme ela vem à tona nas atitudes desastradas que provocam risos. É através de sua comicidade trágica, que Chaplin demonstra sua resistência contra a lógica opressora do Capital.
Após o crack da Bolsa de Nova York, em 1929, o mundo jamais seria o mesmo, não restando alternativa para os americano a não ser compreender uma nova redefinição de rumos sobre o capitalismo liberal. Essa nova direção marcou a fase intervencionista do estado, que aproveitou o exercito de famintos advindos da crise como mão de obra de seu polo industrial.
De acordo com Rémond, (1996), “Em meio ao caos que levou de roldão todas as ilusões e esperanças de uma prosperidade infinita, a indústria cinematográfica continuava a prosperar, exatamente por se tratar de uma das raras atividades que poderia nutrir-se da própria crise econômica”. Adaptando-se aos novos tempos, suas mensagens mudaram de tom. Em tempos difíceis era oportuno reavivar valores consagrados como temperança, equilíbrio, bom senso, espírito democrático. Chaplin assim o fez com Tempos Modernos. A realização do filme, dialoga com a História, sendo valioso para a compreensão do período conhecido como “A grande depressão”.


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Como desfecho, torna-se importante mais uma vez frisar, retomando a idéia de Marc Ferro, em similitude com a concepção de Cristiane nova, que o cinema é um testemunho da sociedade que o produziu e, portanto, uma fonte documental para a ciência histórica por excelência. Nenhuma produção cinematográfica está livre dos condicionamentos sociais de sua época.























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Conclusão
No filme Tempos Modernos, Chaplin faz uma crítica as transformações sociais e culturais advindas da segunda revolução industrial e o modo de produção fabril nas primeiras décadas do séc. XX, apresentando as falhas de um novo sistema capitalista, baseado na lógica de produção fordista, apresenta falhas graves, pois entendem que o operário é a engrenagem humana do sistema, e que caso dê defeito, será descartado e trocado, em vista que a produção é de massa, mas nem todos conseguem consumir, lógica do compromisso fordista, como diria David Harvey, com os países capitalistas.
Tempos Modernos herda a tradição crítica da modernidade fordista-taylorista, de A Nous La Lierté, de René Clair, de 1931. Na década de 1930, década da Grande depressão e das inovações técnicas profundas na produção e no processo do trabalho, o avanço do fordismo, objeto de crítica de Clair de Chaplin, representava o avanço de uma modernidade caótica, que teve seu papel nas contradições sociais, da luta de classes e da geopolítica imperialista, o que veríamos traduzida na II guerra mundial. Chaplin traduziu em seus filmes a critica da racionalização capitalista, do qual o homem é moldado pela produção fabril, em que a inserção da linha de montagem representa o espaço da perda, da individualização, da automação.
Por fim, Carlitos tenta no final do filme, trabalhando como garçom, mais uma vez se integrar à sua sociedade, mas ele diferente da órfã, não se adapta aquela vida moderna. Coincidentemente, ou não, este seria o último filme que Chaplin utilizaria o seu personagem clássico, Carlitos, o que reforça que na modernidade cada vez menos há lugar para a poesia do virtuoso Vagabundo.

RESUMO
Tempos Modernos, é um exemplo claro de como o cinema é objeto de reflexões e críticas sociais, das quais, de formar objetiva ou subjetiva, fornece os elementos historiográficos que disponibilizam o contexto para análise da intencionalidade da obra, em que as metáforas sociais são simbolizadas na ficção como elementos provindos da realidade.
Não só em Tempos Modernos, mas no cinema como um todo, pode-se definir uma relação com a História, pois todo filme traz em si, uma mensagem, inserida em um determinado contexto, com uma intencionalidade, o que demanda produção material, das quais são produzidas sob as influências de um determinado tempo e de um determinado espaço.




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Referências:
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