Tomás Antonio de Gonzaga
Lira XXIII
Não praguejes, Marília, não praguejes
a justiceira mão que lança os ferros;
não traz debalde a vingadora espada;
deve punir os erros.
Virtudes de Juiz, virtudes de homem
as mãos se deram e em seu peito moram.
Manda prender ao Réu, austera a boca,
porém seus olhos choram.
Se à inocência denigre a vil calúnia,
que culpa aquele tem, que aplica a pena?
Não é o Julgador, é o processo
e a lei, quem nos condena.
Só no Averno os Juízes não recebem
acusação nem prova de outro humano;
aqui todos confessam suas culpas,
não pode haver engano.
(...)
Publicado no livro Marília de Dirceu: Segunda Parte (1799).
In: GONZAGA, Tomás Antônio. Obras completas. Ed. crít. M. Rodrigues Lapa. São Paulo: Ed. Nacional, 1942. (Livros do Brasil, 5)
Não praguejes, Marília, não praguejes
a justiceira mão que lança os ferros;
não traz debalde a vingadora espada;
deve punir os erros.
Virtudes de Juiz, virtudes de homem
as mãos se deram e em seu peito moram.
Manda prender ao Réu, austera a boca,
porém seus olhos choram.
Se à inocência denigre a vil calúnia,
que culpa aquele tem, que aplica a pena?
Não é o Julgador, é o processo
e a lei, quem nos condena.
Só no Averno os Juízes não recebem
acusação nem prova de outro humano;
aqui todos confessam suas culpas,
não pode haver engano.
(...)
Publicado no livro Marília de Dirceu: Segunda Parte (1799).
In: GONZAGA, Tomás Antônio. Obras completas. Ed. crít. M. Rodrigues Lapa. São Paulo: Ed. Nacional, 1942. (Livros do Brasil, 5)
Maria Ifigênia (Alvarenga Peixoto) |
Em que a luz da razão, qual tocha acesa,
Vem conduzir a simples natureza:
- É hoje que teu mundo principia.
A mão que te gerou, teus passos guia;
Despreza ofertas de uma vã beleza,
E sacrifica as honras e a riqueza
Às santas leis do Filho de Maria.
Estampa na tu' alma a Caridade,
Que amar a Deus, amar aos semelhantes,
São eternos preceitos de verdade;
Tudo o mais são idéias delirantes;
Procura ser feliz na Eternidade,
Que o mundo são brevíssimos instantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário